quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

                         
 Quem procuro quando vou à rua
é sempre a mesma pessoa e nunca encontro
  Quem procuro escapuliu dos mapas
engoliu as chaves e não está em casa
  Não imagino como seja ou se é vivo
  Simplesmente procuro e caminho por
ruas que nem sei se existem.

Marcos Prado

Créditos da Imagem: Carybé

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Eu sempre fui ao coração das coisas



Eu sempre fui ao coração das coisas
revelei minhas tripas aos insensatos
e velejei pelos mares mais torpes
em busca da ciranda.
Parti todas as lanças que me mandaram
e, no último instante, arremessei meus ossos no lodo.
Quando virem um ser penado
uma vaga incandescente nas valas
contem certo:
sou eu atravessado nos pastos.

Romério Rômulo.

Do blog: Do lado de lá (maureliomello.blogspot.com).

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012



A maior solidão é a do ser que não ama. A maior solidão é a dor do ser que se ausenta, que se defende, que se fecha, que se recusa a participar da vida humana.

A maior solidão é a do homem encerrado em si mesmo, no absoluto de si mesmo, o que não dá a quem pede o que ele pode dar de amor, de amizade, de socorro.

O maior solitário é o que tem medo de amar, o que tem medo de ferir e ferir-se, o ser casto da mulher, do amigo, do povo, do mundo. Esse queima como uma lâmpada triste, cujo reflexo entristece também tudo em torno. Ele é a angústia do mundo que o reflete. Ele é o que se recusa às verdadeiras fontes de emoção, as que são o patrimônio de todos, e, encerrado em seu duro privilégio, semeia pedras do alto de sua fria e desolada torre.

Vinícius de Moraes.

Créditos da Imagem: contosmaringaense.blogspot.com
S'il Vous Plait e o Clown